Opinião | Carlos Alberto da Conceição Araújo


Os Perigos de Empréstimos Excessivos para Fins Não Produtivos


Nos últimos anos, tem havido uma crescente tendência de empréstimos excessivos para fins não produtivos, especialmente nos setores de crédito imobiliário e consumo. Essa tendência, se permitida continuar, pode ter consequências amplas e devastadoras para as economias do mundo inteiro.


A raiz do problema é simples. Quando a diferença entre o PIB nominal e a quantidade de empréstimos para fins não produtivos se torna muito alta, pode levar à criação de uma bolha de ativos. Essa bolha, se não for gerenciada adequadamente, pode eventualmente estourar, levando a significativas perdas financeiras e instabilidade econômica.


Exemplos disso podem ser vistos ao longo da história, desde a queda do mercado de ações em 1929 até o colapso do mercado imobiliário em 2008. Em cada caso, os empréstimos excessivos para fins não produtivos criaram uma bolha de ativos que eventualmente estourou, causando uma ampla perturbação econômica.


Hoje, esse tendência pode ser vista em países como Portugal, Estados Unidos e Reino Unido, onde os altos níveis de empréstimos para fins não produtivos levaram à criação de bolhas imobiliárias nos mercados imobiliários. Se essas bolhas forem permitidas a continuarem sem controle, elas poderiam levar a crises bancárias que teriam consequências de longo alcance não apenas para esses países, mas também para a economia global.


Portanto, é crucial que os governos, bancos centrais e instituições financeiras tomem as medidas necessárias para gerenciar essa tendência e prevenir a criação de uma bolha imobiliária. Isso pode ser alcançado através de políticas de empréstimos mais rigorosas, melhores práticas de gerenciamento de riscos e maior transparência no setor financeiro.


Em conclusão, o empréstimo excessivo para fins não produtivos, como o crédito imobiliário e de consumo, em relação ao PIB nominal é uma tendência perigosa que deve ser gerenciada com cuidado para evitar a criação de uma bolha de ativos e a instabilidade econômica subsequente. É hora de governos, bancos centrais e instituições financeiras assumirem a responsabilidade de evitar isso e proteger a economia global de mais uma crise financeira.



Carlos Alberto da Conceição Araújo

Luanda, Angola
4 de Fevereiro de 2023